Governo realiza mutirão nacional de cirurgias para reduzir filas do SUS

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Governo realiza mutirão nacional de cirurgias para reduzir filas do SUS
Foto reprodução: G1

 



O governo federal promove neste fim de semana, sábado (13) e domingo (14), um mutirão nacional de cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), mobilizando 188 hospitais públicos, universitários e filantrópicos em todas as regiões do país.

De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é realizar cerca de 11,5 mil cirurgias em apenas dois dias. A ação integra um conjunto maior de iniciativas que totaliza 61,6 mil procedimentos, incluindo consultas e exames especializados.

O mutirão faz parte do programa Agora Tem Especialistas, criado para enfrentar a longa fila por atendimentos especializados no SUS um problema histórico que se intensificou durante a pandemia, em meio a limitações de financiamento, infraestrutura e recursos humanos. Os atendimentos serão destinados exclusivamente a pacientes previamente agendados pelas redes locais de saúde.

As cirurgias se concentram em especialidades com maior demanda reprimida, como gastroenterologia, urologia, ortopedia, cardiologia e cirurgias plásticas reparadoras. “É um esforço concentrado para enfrentar uma fila que se acumulou ao longo dos últimos anos”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

As Santas Casas e hospitais filantrópicos respondem pela maior parte dos procedimentos previstos para o fim de semana. Mais de 9 mil cirurgias devem ser realizadas em 134 unidades distribuídas por 19 estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Entre os procedimentos programados estão cirurgias bariátricas por videolaparoscopia, hernioplastias, vasectomias, colecistectomias e cirurgias plásticas abdominais, além de consultas ambulatoriais e exames de imagem, como tomografias, ressonâncias magnéticas e endoscopias.

Unidades federais de referência também participam da mobilização, entre elas o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e hospitais federais localizados no Rio de Janeiro.

Paralelamente, os 45 hospitais universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) realizam neste sábado a terceira edição do “Dia E”, ação integrada ao mesmo programa federal. Segundo a Ebserh, essas unidades devem ofertar cerca de 2,2 mil cirurgias, além de 9,2 mil consultas especializadas e mais de 40 mil exames em todo o país. Para o presidente da estatal, Arthur Chioro, o mutirão também contribui para a formação de estudantes e médicos residentes que atuam nessas instituições ligadas às universidades federais.

Apesar do impacto imediato, especialistas avaliam que a iniciativa oferece um alívio pontual a um problema estrutural. A dificuldade de acesso à atenção especializada segue como um dos principais motivos de insatisfação dos usuários do SUS, com tempos de espera que, em algumas regiões, ultrapassam meses ou até anos, conforme o procedimento.

Além dos mutirões, o programa Agora Tem Especialistas prevê outras medidas, como a ampliação do horário de funcionamento de unidades de saúde, o uso de carretas móveis para exames e atendimentos, a formação e o provimento de médicos especialistas e parcerias com a rede privada para atendimento complementar ao SUS. O Ministério da Saúde afirma que a combinação dessas ações deve reduzir o tempo de espera ao longo de 2025, embora ainda não exista um balanço consolidado que comprove o impacto estrutural das medidas sobre as filas nacionais.
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