Quando faziam uma ronda pela devastada cidade de Aleppo, um dos cenários mais sangrentos da guerra da Síria, os funcionários de uma organização humanitária ficaram perplexos com o que encontraram: em uma casa semidestruída pelas bombas, seis crianças viviam sozinhas em condições precárias e já sobreviviam havia dois longos meses mesmo sem nenhum adulto para cuidar delas.
Eles são irmãos: cinco meninos e uma menina, o mais novo um bebê de 9 meses e o mais velho, um menino de 12 anos. O pai, um ativista da organização rebelde Free Syrian Army, saiu para lutar e não voltou mais. Um tempo depois, a mãe foi presa, as crianças ficaram sozinhas e tiveram que se virar.
As crianças explicaram que, nas oito semanas em que viveram sozinhas, conseguiam comida vendendo pedaços de metal que encontravam nos escombros da cidade. Comiam só pão, uma vez ao dia. A garota, Hanadi, de 10 anos, disse que sentiam muito frio e medo durante a noite, pois tinham que enfrentar adultos que tentavam entrar na casa para roubar a pouca comida que tinham.
O mais velho, Mohammed, de 12 anos, levava com ele um frasco de perfume que, segundo os vizinhos, bebia em busca de álcool para se acalmar.
“Foi horrível e assustador. A visão era de crianças vivendo na imundície, em total perigo, abandonadas pelo mundo. É difícil acreditar que o bebê de nove meses tenha sobrevivido”, afirmou Nicholson.
“Eles ganharam roupas novas, estão sendo alimentados e vivem em um lugar limpo e seguro”, contou. “O futuro deles é incerto em um país destruído pela guerra e pela pobreza, mas por agora eles estão salvos.”
Fonte:G1