Dois mortos. 184 detidos. Em evento teste da Arena Fortaleza. Dentro de um carro, homem aponta revólver para os jogadores do Sport em Recife.

Unknown
0
Dois mortos. 184 detidos. Em evento teste da Arena Fortaleza. Dentro de um carro, homem aponta revólver para os jogadores do Sport em Recife. Essa Copa das Confederações promete. Imagina na Copa…



Cena surreal, absurda.

Na movimentada avenida dos Expedicionários, no bairro Itaperi.

Na belíssima Fortaleza.

Apenas cinco quilômetros os separavam do Castelão.

A nova arena iria receber Ceará e Fortaleza.

O principal clássico do estado era um evento teste da nova Arena.

Exigência da Fifa.

O estádio custou R$ 520 milhões.

Perto da modernidade, a selvageria.

Torcedores da organizada Cearamor estavam em uma van fretada.

Passaram por membros da Garra Jovem Tricolor, organizada do Fortaleza.

Foram xingados, provocados.

A van parou.

E os membros da organizada do Ceará partiram para a briga.

Barras de ferro, paus e pedras dos dois lados.

Até que um torcedor da Garra Jovem saca uma arma.

Dá quatro disparos.

Eles acertam a cabeça de Gláuber de Sousa, 30 anos.

E de um torcedor identificado apenas como Tiago.

Os dois caíram mortos na avenida.

Francisco Romário Santiago foi detido ainda com o revólver.

A sangrenta briga entre as duas organizadas é revoltante.

De fevereiro de 2012 até ontem 13 pessoas foram assassinadas.

Ao redor do Castelão, a Polícia Militar deteve 184 pessoas.

Todas elas envolvidas em brigas, confusão.

A esmagadora maioria pertencente às organizadas.

O Castelão vai sediar a Copa das Confederações.

Será lá que o Brasil irá enfrentar o México.

Assim como a campeão do mundo, Espanha enfrentará a Nigéria.

Se os espanhóis confirmarem seu favoritismo fará a sua semifinal no estádio.

O adversário poderá ser o Brasil, caso termine em segundo no Grupo B.

O que é muito possível.

A Polícia do Ceará já mostrou ontem.

Não tem condições de conter a extrema violência dos torcedores.

Já há quem defenda a presença do Exército nas ruas durante a Copa das Confederações.

A carnificina entre a Cearamor e a Garra Jovem Tricolor é apavorante.

E o objetivo dos confrontos não é brigar.

É matar.

No clássico de ontem, a Polícia Militar tinha uma estratégia.

Montou seis barreiras e nelas ia revistando os torcedores.

Tinha a certeza de que não haveria conflitos.

As organizadas sabiam o que os soldados fariam.

E preferiram partir para o conflito maior antes das barreiras.

A cinco quilômetros de distância do Castelão.

Onde os dois torcedores do Ceará morreram.

Perto do estádio, mesmo com a polícia, mais brigas.

As organizadas não se controlaram.

E partiam uma para cima da outra.

Confusão assustadora.

Nada menos do que 184 torcedores foram detidos.

Mas não se preocupavam, sabiam que seriam liberados em seguida.

Como acabaram sendo.

Desfrutam da legislação brasileira, frouxa demais para os vândalos.

Essa situação do Ceará vem de muito tempo.

Só chamou a atenção por causa do Castelão, estádio da Copa das Confederações.

Da Copa do Mundo.

O terror foi de Fortaleza para Recife.

O Sport havia acabado de empatar com o Santa Cruz.

O ônibus levava o time de volta para a Ilha do Retiro.

Quando dentro de um Vectra preto emparelhou.

E homens começaram a xingar os jogadores.

Prática irracional, mas normal.

Tudo ficou assustador quando um deles tirou um revólver.

Colocou para fora da janela e aponto em direção ao ônibus.

Os jogadores ficaram desesperados, se jogaram no chão.

Gritaram, temendo os disparos.

Até que o Vectra se afastou.

A ação foi denunciada pelo assessor de imprensa do Sport no twitter.

Ele colocou até a placa do veículo.



Tudo isso aconteceu em plena centro de Recife.

A Polícia Militar também só soube depois do que aconteceu.

A Arena Pernambuco irá sediar Espanha e Uruguai.

Itália e Japão.

E Uruguai e Tailândia.

Lógico que esses dois atos de violência já ganharam o mundo.

Escancaram como está a segurança do futebol no País da Copa.

Dois mortos e 184 presos em evento teste da Copa das Confederações em Fortaleza.

Carro com torcedores apontando revólver para o ônibus de um time em Recife.

A população assustada no Nordeste pede Exército na rua.

Está nascendo o movimento popular, diante de tanta violência.

Governadores e prefeitos dizem que é exagero e que não precisa.

E que suas polícias vão dar conta.

A lógica é absurda.

O que acontece agora não vale.

Na Copa das Confederações e no Mundial tudo estará sob controle.

O governo federal faz que não percebe, não cobra.

E as mortes vão se acumulando.

Dirigentes da Fifa cobram, exigem.

Teme as consequências.

O otimismo aponta que são esperados 600 mil turistas para a Copa.

Mas Dilma Rousseff e seus assessores deveriam dar uma olhada na Índia.

A sucessão de estupros no país fez com que o turismo caísse em 25%.

E as mortes de torcedores, os 184 detidos ao redor do Castelão?

O revólver apontado para o ônibus do Sport?

Não são nada estimulantes para qualquer turista.

As situações se acumulam.

Revoltam o Brasil.

E assustam o mundo.

Isso foi só o que aconteceu em um domingo no Nordeste.

Em Minas dois atleticanos foram condenados a 14 anos por matar um cruzeirense.

No Rio e em São Paulo também há detidos por assassinatos de rivais de outras organizadas.

No Brasil todo, a violência se alastra como uma praga.

Os conflitos diárias, as brigas, a selvageria nem ganha mais páginas de jornal.

São corriqueiras demais.

Virou rotina.

“Só publica se houver mortos.

Feridos, esquece”, ouvi várias vezes trabalhando no Jornal da Tarde.

Era assim também nos concorrentes.

Imagina agora quando os jornais estão encolhendo…

A impunidade continua a grande cúmplice da violência.

Esta é a triste realidade do país do futebol.

Vê mortes e conflitos nas portas dos estádios como uma rotina.

“Imagina na Copa?”, pergunta a propaganda de uma cerveja.

Dá até medo imaginar.

O que podemos a fazer?

Vamos brindando desde já, esperando os mortos do próximo domingo…


Fonte:oparaguacu.com
Tags

Postar um comentário

0Comentários

Please Select Embedded Mode To show the Comment System.*