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| Foto reprodução: G1 |
A executiva nacional do União Brasil decidiu pela expulsão em votação secreta, com 24 votos favoráveis. Dirigentes classificaram a atitude de Sabino como infidelidade partidária, por ele ter ignorado a orientação para que filiados deixassem cargos no governo federal até 19 de setembro sob pena de incorrer em infração disciplinar.
O ministro afirmou sair do partido “de cabeça erguida” e com “ficha limpa”, dizendo que não poderia abandonar o cargo às vésperas da realização da COP30, em Belém (PA). Ele também criticou a intervenção da direção nacional no diretório estadual do Pará, então comandado por ele, classificando-a como “injusta” e “equivocada”.
Sabino participou remotamente da reunião que sacramentou sua expulsão e reiterou, nas redes sociais, que foi penalizado por manter-se ao lado do que considera “o melhor projeto para o Brasil”.
A crise entre o ministro e a cúpula da sigla se intensificou após ele recuar da decisão de deixar o ministério. Embora tenha apresentado carta de demissão ao presidente Lula, Sabino reviu a postura e tentou negociar sua permanência tanto na pasta quanto no partido sem sucesso. Em outubro, diante da expectativa de ganhos políticos associados à COP30, o ministro decidiu permanecer no cargo.
Com o desgaste crescente, Sabino foi afastado de funções internas e retirado do comando do diretório paraense. Aliados apontam cálculo eleitoral por trás da disputa: o ministro pretende concorrer ao Senado em 2026 e avalia que o apoio de Lula e a visibilidade de ações ligadas à COP30 fortalecem sua candidatura.
Apesar disso, enfrenta dificuldades no Pará, especialmente diante da articulação liderada pelo governador Helder Barbalho (MDB), que deve apoiar uma chapa ao Senado formada por ele e pelo presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB).
Sabino, filiado ao União Brasil desde 2021, já vinha sendo sondado por outras siglas e deve definir seu novo destino partidário agora que o impasse com o União está encerrado. Segundo jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por ter sido expulso, ele mantém o mandato de deputado federal licenciado e pode se filiar a outra legenda sem risco de perda de mandato.
O ministro declarou ainda que deve permanecer à frente do Turismo até abril de 2026, prazo final de desincompatibilização para quem pretende disputar as eleições.
Fonte: G1

