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| Foto reprodução: G1 |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (2) que bombardeios terrestres contra alvos ligados ao narcotráfico na América Latina devem começar “muito em breve”. A afirmação eleva novamente o tom das ameaças de ação militar no Caribe, em meio à escalada de tensões com o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Durante uma reunião de gabinete, Trump afirmou que qualquer país que envie drogas aos EUA pode se tornar alvo de ataques. Ele citou a ofensiva já realizada contra embarcações no Caribe e no Pacífico que, desde setembro, deixou mais de 80 mortos e disse que a etapa terrestre seria “ainda mais fácil”, porque os EUA “sabem onde essas pessoas vivem e por onde passam”.
Embora não tenha mencionado diretamente a Venezuela, o comentário foi feito em resposta a uma pergunta sobre os bombardeios a barcos que Washington acusa de transportar drogas rumo ao território americano. A maioria dessas embarcações teria partido da Venezuela, segundo o governo Trump, que já avalia atacar portos e aeroportos controlados pelos militares venezuelanos, de acordo com o Wall Street Journal.
No fim de novembro, Trump já havia indicado que ofensivas terrestres na Venezuela começariam “muito em breve”, repetindo acusações de que Maduro lideraria o Cartel de Los Soles tese que o governo venezuelano nega. Caracas afirma que Washington usa o narcotráfico como pretexto para tentar derrubar Maduro e denuncia o risco de um ataque militar sem precedentes.
Na reunião desta terça, Trump estava acompanhado do secretário de Guerra, Pete Hegseth, envolvido em polêmica sobre possível crime de guerra em um dos bombardeios a embarcações. Hegseth sustentou que a estratégia americana tem aumentado a segurança interna ao “eliminar” traficantes antes que eles cheguem aos EUA.
Trump também lançou críticas à Colômbia, acusando o país de manter fábricas de cocaína e enviar drogas ao território americano. “Qualquer um que faça isso está sujeito a ataque, não só a Venezuela”, disse. Para o presidente americano, a Venezuela é “pior que a maioria”, mas não é o único país responsável pelo fluxo de drogas.
O Relatório Mundial sobre Drogas 2025, da ONU, aponta que a maior parte da cocaína que chega aos EUA tem origem na Colômbia, Peru e Bolívia; já o fentanil, responsável por grande parte das mortes por overdose em 2023, vem majoritariamente do México.
As críticas de Trump geraram resposta imediata do presidente colombiano, Gustavo Petro. Em uma rede social, ele afirmou que a Colômbia destrói diariamente laboratórios de cocaína e que o país tem sido crucial para impedir que toneladas da droga cheguem aos EUA. “Venha à Colômbia, Sr. Trump, para participar da destruição dos nove laboratórios que destruímos por dia”, escreveu.
Fonte: G1
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