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Desde setembro, a pedido do presidente Donald Trump, militares dos EUA vêm realizando bombardeios contra embarcações no Caribe e no Pacífico, em águas internacionais próximas à América do Sul. As ações têm recebido forte condenação internacional, e a ONU afirma haver sinais de possíveis “execuções extrajudiciais”.
Segundo o Washington Post, Hegseth principal defensor público da operação teria ordenado que tropas eliminassem todos os ocupantes de um barco atingido em 2 de setembro. Após um primeiro disparo, dois sobreviventes foram vistos agarrados aos destroços, e, conforme a reportagem, o secretário ordenou um ataque adicional para matá-los. “A ordem era matar todo mundo”, disse ao jornal uma fonte com conhecimento da operação.
Hegseth nega irregularidades e afirma que a ofensiva é legal sob as leis dos EUA e do direito internacional, classificando a reportagem como fake news.
No Congresso, parlamentares democratas e o republicano Mike Turner afirmaram que, se confirmada, a ordem para matar sobreviventes configuraria crime de guerra. O Legislativo americano já investiga a operação. “Seria um ato ilegal”, disse Turner à CBS. O senador democrata Tim Kaine reforçou que o relato, se preciso, “atinge o nível de crime de guerra”.
Funcionários do governo e especialistas consultados pelo Washington Post também apontam ilegalidade na campanha militar, que já deixou 80 mortos e destruiu 20 embarcações. O Pentágono indicou internamente que poderá conceder imunidade judicial aos militares envolvidos.
Washington acusa sem apresentar evidências os barcos atacados de servirem a cartéis latino-americanos e transportarem narcoterroristas e drogas rumo aos EUA. A ONU pediu a suspensão imediata das operações e disse ver “indícios” de execuções extrajudiciais.
A ofensiva também integra a estratégia de pressão contra o governo de Nicolás Maduro, acusado pelos EUA de ligação com o Cartel de Los Soles. Maduro, por sua vez, afirma que os ataques fazem parte de uma campanha para retirá-lo do poder.
Fonte: G1

