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| Foto reprodução: CNN Brasil |
Recomendação condiciona o uso dos medicamentos a acompanhamento contínuo e hábitos saudáveis
A Reuters havia antecipado, no início do ano, que a agência tomaria essa decisão.
A publicação ocorre em meio à crescente procura pelos agonistas de GLP-1, classe de medicamentos que se popularizou globalmente, enquanto governos avaliam como incorporá-los aos sistemas públicos de saúde. A OMS recomenda o uso dos fármacos em adultos exceto gestantes e sugere que o tratamento seja associado a alimentação saudável e atividade física.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a diretriz “reconhece a obesidade como uma doença crônica que exige cuidados contínuos”, mas reforçou que os medicamentos não são solução isolada para a crise mundial. A pesquisadora Marie Spreckley, da Universidade de Cambridge, afirmou que as recomendações são “corretamente condicionais”, considerando incertezas sobre o uso prolongado, custo e limitações dos sistemas de saúde.
A principal preocupação da OMS é garantir acesso equitativo. Mesmo com a ampliação da produção, estima-se que menos de 10% das pessoas que poderiam se beneficiar das terapias terão acesso a elas até 2030. Tedros alertou que, sem ação coordenada, os medicamentos podem ampliar desigualdades entre países e populações.
A nova diretriz apoia-se em decisão tomada em setembro, quando semaglutida e tirzepatida foram incluídas na lista de medicamentos essenciais da OMS para o tratamento da diabetes tipo 2 em grupos de alto risco mas não para obesidade. A organização defende ampliar a produção, reduzir custos e criar mecanismos de compra conjunta, estratégia já utilizada em programas globais como o de combate ao HIV.
As recomendações valem para adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 e abrangem três medicamentos: semaglutida, tirzepatida e liraglutida, um fármaco mais antigo da mesma classe.
A OMS anunciou ainda que trabalhará com governos e entidades parceiras a partir de 2026 para priorizar o acesso das populações mais vulneráveis, em um contexto em que o impacto econômico da obesidade deve chegar a US$ 3 trilhões por ano até 2030.
Fonte: CNN Brasil
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