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| Foto reprodução G1 |
UE investiga Meta Platforms por suspeita de restringir concorrência de IA no WhatsApp
A Meta pode enfrentar uma proibição temporária da União Europeia para aplicar suas novas políticas de inteligência artificial no WhatsApp. A medida está sendo considerada após a empresa se tornar alvo de uma investigação antitruste que examina o possível uso de sua posição dominante para limitar a atuação de concorrentes no mercado de IA.
A comissária europeia de Concorrência, Teresa Ribera, afirmou nesta quinta-feira que avalia adotar “medidas provisórias” para impedir que a situação “saia do controle”. Segundo ela, é fundamental garantir que “cidadãos e empresas europeias aproveitem plenamente a revolução tecnológica” e evitar que gigantes digitais usem seu poder para sufocar competidores.
A declaração ocorreu em Bruxelas, pouco depois da aprovação formal da investigação que busca esclarecer se as novas ferramentas de IA do WhatsApp poderiam dificultar, de forma injusta, o acesso de fornecedores rivais ao aplicativo mais um capítulo na ofensiva do bloco contra o domínio das big techs na Europa.
Pelas regras europeias, reguladores podem ordenar a suspensão de práticas suspeitas, embora essas decisões sejam passíveis de contestação nos tribunais da UE, em Luxemburgo. Caso sejam confirmadas violações, as multas podem chegar a 10% da receita global anual das empresas embora valores máximos raramente sejam aplicados, especialmente em casos de curta duração.
A Meta agora terá de apresentar propostas para atender às preocupações de Bruxelas. Em comunicado, a Comissão Europeia afirmou temer que a nova política da empresa para o WhatsApp impeça concorrentes de oferecer serviços de IA no aplicativo. A investigação surge após a companhia integrar o Meta AI, seu chatbot e assistente virtual, ao WhatsApp na Europa em março de 2025.
Um porta-voz do WhatsApp classificou as alegações como “infundadas”, alegando que a presença de múltiplos chatbots na API Business pressiona sistemas que “não foram projetados para suportar” tal carga, e ressaltou que o setor de IA permanece altamente competitivo, com inúmeras alternativas disponíveis para usuários e empresas.
A Comissão também informou que a investigação excluirá a Itália para evitar duplicidade com um processo já em curso no país. A autoridade antitruste italiana, a AGCM, ampliou em julho uma apuração sobre o possível abuso de posição dominante da Meta no mercado de chatbots via WhatsApp procedimento que deve ser concluído até o final de 2026.
A empresa de Mark Zuckerberg já vinha sob pressão: em abril, foi multada em € 200 milhões por suposta violação da Lei dos Mercados Digitais (DMA), e em novembro de 2024 recebeu outra multa, de € 798 milhões, por atrelar o Facebook Marketplace à rede social principal, prática considerada anticoncorrencial.
Para Marvin von Hagen, CEO da Interaction Company dona da assistente de IA Poke.com e uma das reclamantes, uma resposta rápida da UE é crucial para garantir condições justas de competição.
A ofensiva regulatória europeia tem sido alvo de críticas constantes do presidente dos EUA, Donald Trump, que há anos afirma que tais medidas prejudicam empresas americanas. Em agosto, ele chegou a ameaçar tarifas adicionais e restrições à exportação de tecnologia em reação a impostos sobre serviços digitais de outros países.
Empresa de Mark Zuckerberg pode ser proibida temporariamente de implementar suas novas políticas de IA no WhatsApp em toda a União Europeia.
Fonte: O Globo
