Nove governadores firmam pacto para integrar forças estaduais contra o crime organizado

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Consorcio de paz
Foto: Reprodução 


BRASÍLIA, 31 de outubro de 2025 – Em um movimento que mistura reação à crise de segurança e estratégia política, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e outros oito líderes estaduais anunciaram, na quinta-feira (30), a formação do "Consórcio da Paz". A iniciativa, que prevê a integração de forças estaduais contra o crime organizado, foi concebida 48 horas após a Operação Contenção, que resultou em pelo menos 121 mortes nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio.

De acordo com os governadores, o consórcio tem como objetivo principal o "enfrentamento ao crime organizado, ao tráfico de armas e à criminalidade que ultrapassa fronteiras" por meio do "compartilhamento de experiências, soluções e ações". 

A sede das operações será no Rio de Janeiro, e a adesão de todos os 27 estados da federação será incentivada. Na prática, a colaboração deve incluir:
  • Troca de informações de inteligência entre os estados membros. 
  • Apoio financeiro e compartilhamento de contingente policial para ações emergenciais, agilizando o apoio sem burocracia.
  • Compra consorciada de equipamentos de segurança, como drones e helicópteros, para reduzir custos.
A reunião no Palácio da Guanabara serviu como um sólido apoio político a Castro, cuja gestão foi alvo de fortes críticas pela letalidade da operação. Aliados do governador avaliaram que o anúncio do consórcio foi bem-sucedido em desviar as atenções das críticas e colocá-lo como um "modelo a ser seguido".

Governadores presentes e declarações de apoio:

Cláudio Castro - Rio de Janeiro (PL) "Temos uma grande oportunidade de mudarmos a segurança pública do nosso país." 

Romeu Zema - Minas Gerais (Novo) "A operação não deveria ser considerada a mais letal, mas, sim, a mais bem-sucedida." 

Ronaldo Caiado - Goiás (União Brasil) "Se queres a paz, prepara-te para a guerra". 

Jorginho Mello - Santa Catarina (PL) "Espera que todos os estados se somem ao consórcio".

Eduardo Riedel - Mato Grosso do Sul (PP)

Tarcísio de Freitas - São Paulo (Republicanos)
"Não dá mais para tratar o criminoso como vítima."

Celina Leão (Vice) Distrito Federal (PP) 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou por videoconferência -9. Os governadores do Paraná (Ratinho Jr.), Rio Grande do Sul (Eduardo Leite) e Mato Grosso (Mauro Mendes) também integraram a reunião


O tom do encontro, no entanto, rapidamente assumiu contornos de palanque eleitoral. Em declarações duras, os governadores Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas – todos cotados para a Presidência em 2026 – dirigiram críticas ao governo Lula. Caiado foi além e estabeleceu uma clara dicotomia: "Quem quer seriedade, cumprimento da lei e ordem está aqui, fique conosco. Se quer Lula, Maduro, fique com eles".

O "Consórcio da Paz" se coloca como uma alternativa à PEC da Segurança Pública, proposta do governo federal que busca criar um sistema nacional integrado, nos moldes do SUS. Os governadores críticos argumentam que a PEC tira a autonomia dos estados, uma alegação que o Planalto refutar. O anúncio do consórcio ocorreu no mesmo período em que o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, esteve no Rio para instalar um escritório emergencial federal de combate ao crime organizado. 

Enquanto os governadores celebraram a operação, a ONU (Organização das Nações Unidas) emitiu um comunicado expressando "extrema preocupação" com o alto número de mortos e pediu investigações independentes, além de uma reforma no modelo de policiamento.


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