'Que esse assassino não fique impune', diz sobrinho de bombeiro arrastado por ônibus em Copacabana

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Gilson Castro
Fonte: G1 


O subtenente aposentado dos bombeiros Gilson Castro Silva, de 58 anos, estava parado na frente do veículo tentando impedir sua partida. Motorista Valdir das Mercês Junior, de 28 anos, disse em depoimento que não viu a vítima ao acelerar; ele está preso temporariamente.


"Eu creio na Justiça do Brasil e espero que esse assassino não fique impune". A fala é do militar da reserva Alber Martins, sobrinho do subtenente aposentado do Corpo de Bombeiros Gilson Castro Silva, de 58 anos, atropelado e morto pelo motorista de ônibus Valdir das Mercês Junior, de 28 anos, na madrugada do dia 1º de janeiro, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

O corpo de Gilson será velado e sepultado nesta quarta-feira (4) no Cemitério Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio.

Filho caçula de seis irmãos e morador de Anchieta, também na Zona Norte, Gilson foi com os amigos para acompanhar a virada do ano em Copacabana. Pouco depois das 4h20, eles decidiram voltar para casa.

Pouco antes das 5h, quando ele estava na Avenida Nossa Sra. de Copacabana, na altura da Praça do Lido, na Zona Sul do Rio, houve uma confusão entre ele e Valdir. O motorista do ônibus arrancou e passou por cima do militar.

"A gente não entende o que aconteceu. Ele estava com os amigos", conta Alber Martins, que completa: "A gente só quer Justiça. Eu creio que esse assassino não ficará impune".

Segundo familiares do Gilson Castro Silva, a empresa Nossa Senhora das Graças não prestou nenhuma assistência financeira aos parentes.

"Uma pessoa da empresa ligou e questionei se eles ajudaram a custear o velório e enterro do meu tio. Essa pessoa disse que só poderiam se solidarizar por telefone", contou o sobrinho do homem.

A Rioônibus foi procurada para comentar a fala dos parentes de Gilson. Entretanto, não respondeu.

Amiga falou com Gilson antes da virada

Todos os parentes e amigos ouvidos pela reportagem foram firmes em afirmar que Gilson era um "ser humano incrível" e sempre disposto a ajudar o próximo. Para Diana Grazielly, amiga do bombeiro aposentado, ele estava feliz no dia do réveillon.



"Gilson era um ser humano incrível, sempre pronto a ajudar a todos, sempre feliz. Ele era amado por todos e foi brutalmente assassinado dessa forma cruel. Eu sei que nada irá trazer meu amigo de volta, mas queremos justiça. Isso não pode virar mais uma estatística", comentou a amiga.

Diana lembrou ainda que falou com Gilson por telefone horas antes de sua morte, a poucos minutos da virada do ano. Segundo ela, o bombeiro estava na praia e desejou um ano de felicidade no breve contato que os dois tiveram.

"Tinha um amigo meu que encontrou ele lá e me fez uma chamada de vídeo antes da virada. Nos falamos rápido. Foi a última vez. Gilson me viu nascer e era muito próximo da minha família", completou Daina.

Daiana Grazielly contou ao g1 que se formou bombeira civil por influência de Gilson e que ele a ajudou muito na profissão. "Era minha inspiração", disse.

Arrastado por cerca de 30 metros

Novos vídeos obtidos com exclusividade pelo g1 mostram que o bombeiro aposentado sendo arrastado por cerca de 30 metros, apesar do apelo de pedestres para que o motorista parasse (veja acima – as imagens são fortes).

As imagens mostram que o corpo fica preso debaixo do coletivo, com a cabeça à frente da roda dianteira direita.

O motorista Valdir das Mercês Junior foi preso por suspeita de homicídio doloso – quando há a intenção de matar.

Em depoimento obtido pelo g1, Valdir disse que não viu que o subtenente aposentado do Corpo de Bombeiros Gilson Castro Silva, de 58 anos, estava à frente do ônibus na hora que acelerou o veículo – o que, segundo a Polícia Civil, é desmentido pela investigação.

"Em um primeiro momento, ele prestou esclarecimento falso ao narrar o que aconteceu na dinâmica do atropelamento. Nessa ocasião (do depoimento de Valdir), não haviam testemunhas e nem imagens que pudessem contradizer a versão dele. Mas, com avançar das investigações, localizamos testemunhas, e elas foram ouvidas. Além disso, analisamos várias imagens de pessoas que filmaram a ação. A partir daí, não restaram dúvidas sobre a conduta do investigado e o dolo de matar", disse o delegado André Leiras, titular da 12ª DP.


Fonte: G1
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